Onda de frio causa perda de até 70% das lavouras, e café pode ficar mais caro

Produtores rurais de Minas Gerais estão contabilizando os prejuízos causados pelas geadas nesta semana. No Sul do Estado, os estragos causados pela onda de frio foram os piores dos últimos 27 anos. Nas lavouras de café da região, um dos setores mais atingidos do país, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) estima que até 30% da área pode ter sofrido danos – há casos, inclusive, de 70% da produção queimada. Para 2022, a expectativa é que sejam produzidas 4 milhões de sacas de café a menos no Sul de Minas. 

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), as regiões mais atingidas foram justamente o Sul, Mogiana e o Cerrado Mineiro. Com o clima mais propício, o Estado é um dos principais produtores de café do país e do mundo.  Para Archimedes Coli Neto, diretor do Centro do Comercial de Café em Minas Gerais (CCCMG), a redução de safra será refletida em preços ainda mais altos. 

O cafeicultor Fernando Barbosa teve 30% do plantio, que era novo, comprometido. A lavoura fica em São Pedro da União, no Sul do Estado. Outro local que sofreu bastante foi a cidade de Patrocínio, no Alto Paranaíba. Segundo o presidente da Associação dos Cafeicultores da região, Osvaldo Aparecido Ninin, a preocupação é com os pequenos produtores, que em sua maioria não tinham seguro. O pesquisador em cafeicultura da Epamig, Marcelo Ribeiro, já alerta que para o fim do mês é esperado mais uma geada. 

Impactos 

A Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), maior produtora no país, informou que a geada atingiu parte de sua área no Sul e no Cerrado de MG. 

Hortifruti e pecuária também sofrem perdas 

As baixas temperaturas acertaram em cheio também os produtores de hortifruti, que projetam, inclusive, risco de desabastecimento nos próximos três meses para alguns alimentos. 

Apesar das intempéries climáticas, o chefe da seção de Informações de Mercado do CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, não acredita em elevação expressiva dos preços. “Foram casos mais localizados no Sul de Minas. A região, por exemplo, produz muita batata, que teve redução de 9%. Nessa época do ano é normal ter aumento em função das baixas temperaturas, que comprometem o desenvolvimento de algumas hortaliças”, destaca. “A dica é pesquisar bastante na hora de fazer as compras e aproveitar as promoções para fazer bons negócios”.

FONTE: O TEMPO