Uma medalha de prata para coroar a trajetória olímpica tipicamente brasileira, que começou em um bairro pobre de Guarulhos, em São Paulo, e chega ao pódio em Tóquio 2020. A ginasta brasileira Rebeca Andrade fez história ao conquistar o segundo lugar na final individual geral na manhã desta quinta-feira. É a primeira medalha da equipe feminina em todos os Jogos Olímpicos. Com uma performance embalada ao som de Baile de Favela a atleta teve um desempenho sólido no tablado.
A paulista foi impecável nos quatro aparelhos: fez 15.300 no salto, 14.666 nas assimétricas, 13.666 na trave e 13.666 no solo. Ela ainda tem chances de medalha na decisão do salto, que será disputada no próximo domingo, e no solo, em 2 de agosto. Este foi o primeiro triunfo da ginástica do Brasil nesta Olimpíada.
Rebeca chegou à final como uma das favoritas, após receber a segunda melhor soma de notas da etapa classificatória. Ela ficou atrás apenas do fenômeno da ginástica Simone Biles.
A guarulhense Rebeca, que disputa sua segunda Olimpíada, cativou a torcida brasileira —e surpreendeu os juízes— ao se apresentar nas qualificatórias ao som de uma versão orquestrada de Baile de Favela, do funkeiro paulista MC João. A música de 2015 é um ícone nos bailes das periferias de São Paulo, e se tornou símbolo de uma cultura e de uma juventude frequentemente menosprezadas e marginalizadas pelas elites do país. “Trazer a cultura funk para o outro lado do mundo foi incrível”, afirmou a ginasta, filha de uma empregada doméstica, ao deixar o tablado.
Fonte: El País