Veja as estratégias das cidades de MG que já vacinam jovens de 18

A lentidão no processo de vacinação no Brasil vai dando espaço ao sopro da esperança. Municípios mineiros concluem ou estão a um passo de fechar a aplicação da primeira dose contra a COVID-19 em toda a população adulta. O entusiasmo que possibilita o avanço da imunização também permite vislumbrar o controle da pandemia. Esperança é exatamente a palavra usada por Fernanda Abadia Couto, de 18 anos, para descrever o sentimento ao receber a primeira dose. De Santo Antônio do Monte, município com quase 30 mil habitantes no Centro-Oeste de Minas, ela foi imunizada ontem. A mais de 230 quilômetros de distância de Samonte, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, outro município já vacina pessoas com 18 anos: Confins. No Vale do Mucuri, Nanuque celebra o feito e, no Sul de Minas, Natércia fez o mesmo na última sexta-feira, 13.

Com mais de 15 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 aplicadas, Minas Gerais assiste a uma melhora nos indicadores da doença, o que levou ao avanço de mais uma macrorregião de saúde, a Leste, para a onda verde do programa Minas Consciente (leia mais abaixo), a menos restritiva do plano. O vacinômetro da SES-MG mostra que até ontem 11.009.891 pessoas receberam a primeira dose (67,17% do público-alvo) e 4.325.027 duas injeções. A dose única da Jansen foi aplicada em 461.863 pessoas. Ditado em grande parte pela disponibilidade de vacinas, o compasso da imunização é desigual entre os 853 municípios mineiros.

Enquanto algumas cidades começam a vacinar pessoas de 18 anos ou na faixa próxima aos 20,outras aplicam a primeira dose em moradores com idades em torno dos 30. Nesse último caso estão, por exemplo, Unaí, na Região Noroeste, Timóteo, no Vale do Rio Doce e Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Em Belo Horizonte (RMBH). Na capital mineira, as doses de sexta (13) foram destinadas justamente a quem tem essa idade e amanhã a capital passa para a geração seguinte, vacinando os de 29 anos.

A vizinha Betim, na RMBH, vacina entre hoje e amanhã moradores de 30 a 34, mas também, paralelamente, adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades, deficiência permanente ou grávidas, lactantes e puérperas dessa faixa etária. A vacinação dos adolescentes com deficiência permanente e com comorbidades foi autorizada pela Lei 14.190, de 29 de julho, embora o Ministério da Saúde ainda não esteja recomendando a imunização desse grupo. A vacina utilizada será a da Pfizer, única autorizada pela Anvisa para uso em adolescentes acima de 12 anos.
O avanço da vacinação em cada um dos municípios depende da disponibilidade de doses, que são entregues pelo Ministério da Saúde aos governos estaduais e por esses às cidades. O tamanho dessa população em cada um dos municípios e dos grupos prioritários nela inseridos – profissionais de saúde, educação e transporte, forças de segurança, pessoas com comorbidades, grávidas e puérperas, entre outros –  é decisivo para ritmo da imunização dos moradores em geral, que tem ocorrido em ordem decrescente de idade, segundo as normas acordadas pelos setores de saúde das três esferas da Federação. Entretanto, não é o único. O esforço local também pode fazer, e faz, a diferença.
Fonte: Estado de Minas