O cientista Brett Kagan, da empresa Cortical Labs, afirmou para a revista Neuron, que eles criaram um cérebro “sensível”, cultivado em laboratório. O que eles chamam de “minicérebro”, são células cerebrais em laboratório, que aprenderam a jogar o videogame Pong.
Especialistas descrevem o trabalho dos cientistas como “empolgante”, mas afirmam que chamar as células cerebrais de sencientes é ir longe demais. Senciência é uma palavra usada para debater a ética animal, e diz respeito a capacidade de vivenciar algo e desenvolver sentimentos a partir de uma experiência.
Porém Kagan afirma não ter encontrado um termo melhor para descrever seu experimento, já que as células são capazes de receber informações de uma fonte externa, processá-las e responder em tempo real.
Os chamados “minicérebros” foram produzidos pela primeira vez em 2013, e desde então são usados para estudar o desenvolvimento do cérebro, porém essa é a primeira vez que são conectados a um ambiente externo, e reagem a ele, neste caso por meio do videogame.
Kagan acredita que essa tecnologia possa ser utilizada para tratamentos de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. Ele explica que “Quando as pessoas olham para tecidos [humanos] em um laboratório, estão vendo se há atividade ou não. Mas o objetivo das células cerebrais é processar informações em tempo real”.
Kagan ainda afirma que: “Temos que enxergar essa nova tecnologia como algo muito parecido com a indústria de computadores quando os primeiros transistores eram protótipos malfeitos, não muito confiáveis, mas, depois de anos de pesquisa, levou a maravilhas tecnológicas em todo o mundo”.
Fonte: G1