Trio de Correia de Almeida dá golpe de R$ 15 milhões em todo o Brasil

A tranquila localidade de Correia de Almeida, em Barbacena, com sua população de pouco mais de 3 mil habitantes, foi surpreendida por uma intensa atividade policial nesta terça-feira, 20, durante a operação “Midas” conduzida pela Polícia Civil. Um homem e duas mulheres foram detidos sob suspeita de participação em um esquema fraudulento que resultou em um prejuízo de aproximadamente R$ 15 milhões para vítimas de todo o país.

No total, foram cumpridos três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão no distrito. Durante a ação, foram confiscados documentos, dispositivos eletrônicos e mídias, além de uma arma de fogo calibre 32 contendo 10 cartuchos. Essa operação é resultado de uma investigação sobre um caso de estelionato, no qual o trio atraía investimentos das vítimas, prometendo um retorno de juros de 2% ao dia, com a justificativa de que os lucros provinham de investimentos na bolsa de valores.

Embora a polícia afirme que apenas através da análise dos materiais apreendidos será possível determinar a extensão real do golpe financeiro perpetrado pelo trio, estima-se que o prejuízo somente entre as vítimas de Barbacena alcance R$ 1,5 milhão. Além de terem feito vítimas em outras cidades de Minas Gerais, o grupo também teria aplicado o golpe em municípios da Bahia e do Rio de Janeiro.

A estratégia utilizada pelo homem e as duas mulheres assemelha-se ao chamado “esquema Ponzi”. Nesse tipo de golpe, os suspeitos estabelecem uma pirâmide financeira na qual os clientes mais recentes pagam parcialmente os “lucros” para os primeiros a ingressarem no esquema fraudulento.

“Desse modo, cria-se a expectativa de que, em algum momento, todos receberão os valores depositados. No entanto, aqueles que chegam por último não são beneficiados, uma vez que não há mais entrada de recursos”, explicou a Polícia Civil.

Quadrilha criou corretora ilegal e oferecia ‘cursos’

Os criminosos, que foram alvo da operação “Midas”, seriam uma “organização criminosa”, já que eles chegaram, inclusive, a abrir duas empresas para a prática do crime.

Uma das pessoas jurídicas, que seria uma corretora de valores, atuava sem qualquer autorização da Comissão de Valores Monetários (CVM) ou do Banco Central. Já a outra empresa oferecia cursos sobre “como operar na bolsa de valores”. “Todas as empresas tinham como intuito a captação de recursos e a lavagem de dinheiro”, completou a polícia.

Fonte: O Tempo