Agosto Lilás e os crimes de violência contra mulher

O Agosto Lilás é uma campanha de enfrentamento a violência contra a mulher. Ele surgiu com o objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha que foi implementada neste mês e completa 15 anos em 2021. A realidade dos números é preocupante. Uma em cada quatro mulheres já foi vítima de algum tipo de violência nos últimos 12 meses no país. 

Em apenas oito meses de 2021, já foram registrados 1.500 casos de agressões em Barbacena. Para se ter ideia, nos anos de 2020 e 2019 o número total de registros foi de cerca de 2.000. Os dados são da Investigadora de Polícia Cívil, Isabela Nunes. Segundo ela, durante a pandemia, as ocorrências de violência doméstica aumentaram de forma significativa. 

Isabela conta que os principais tipos de violência registrados na cidade são a física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. “Em muitos casos, o agressor já passou dos limites com a vítima e ela chega machucada, muito vulnerável e chorando. Já tivemos situações em que a vítima chegou na delegacia com o nariz quebrado.”

A Polícia Civil faz o possível para acolher as mulheres vítimas de violência. Elas são acolhidas e orientadas para fazer a representação, mas, segundo a investigadora, isso não é o que acontece na maioria dos casos. “Muitas mulheres acionam a Polícia, fazem o registro do boletim de ocorrência mas não representam porque tem medo. A mulher que sofre violência física, já está em uma violência psicológica, então é constantemente ameaçada. Elas têm medo de procurar a polícia e o agressor ser solto e voltar a procurá-las”, conta. 

Isabela alerta ainda que a maioria dos casos de violência contra a mulher são reincidentes, ou seja, não é a primeira vez que acontecem. “É preciso que as mulheres procurem a delegacia da mulher, façam a representação e peçam a medida restritiva. Com a medida, caso o agressor seja solto, se ele fizer contato com a vítima, será preso no mesmo momento. Por isso, não se calem, denunciem e procurem por ajuda psicológica.”

Fonte: Correio da Serra / Jornalismo 93 FM

Investigadora de Polícia Cívil, Isabela Nunes