A pandemia e o isolamento social trouxeram consequências para a saúde física e mental. Uma delas foi o aumento do consumo de bebidas alcóolicas. De acordo com pesquisa feita pela organização independente de saúde pública Vital Strategies, houve um crescimento no Brasil de 18,4% de mortes causadas pelo uso excessivo de bebidas, na comparação de 2020 com 2019. Trata-se do maior índice de óbitos ligados ao álcool da década.
O psiquiatra, professor da Faculdade de Medicina de Barbacena e escritor, Sebastião Vidigal esclarece que o índice de consumo de bebida alcoólica aumentou durante a pandemia porque o estresse também aumentou. “O uso do álcool e os transtornos relacionados a ele podem acarretar em cerca de 60 tipos de doenças diferentes. Todos os anos, cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo morrem por causa do álcool. Uma pesquisa apontou que 62% dos homens e 39% das mulheres acima de 18 anos ingeriram álcool no último ano.”
Sebastião explica ainda que sentimentos de ansiedade, nervosismo, insônia, preocupação, medo, irritabilidade e dificuldade para relaxar podem levar as pessoas a consumirem mais álcool. “A pandemia intensificou essa situação. Antigamente a taça de vinho se restringia a mesa do jantar, para fazer um brinde. Hoje algumas pessoas bebem atrás do computador e até mesmo em home office. Assim, o índice vai aumentando. Isso causa problemas conjugais, no trabalho, histórico de acidentes entre outros”, alerta.
Alguns fatores indicam o excesso no consumo de bebidas alcóolicas. O psiquiatra afirma que entre eles estão a dificuldade de cumprir obrigações, beber em situações que oferecem perigo, aumento de dosagem do álcool e o consumo para evitar os sintomas da abstinência. Ele orienta ainda que para sair dessa situação, o ideal é buscar hábitos saudáveis. “Mantenha sua mente ocupada, leia livros e ouça música. Faça caminhadas, distraia sua mente e tenha uma alimentação saudável. O apoio familiar também é muito importante.”
Fonte: Correio da Serra / Jornalismo 93 FM
