Dia 9 de dezembro é comemorado o Dia do Fonoaudiólogo. A data celebra os profissionais responsáveis pelo cuidado, estudo e prevenção de todas as doenças e distúrbios da comunicação humana, através da audição, fala, escrita, voz e motricidade orofacial.
Um tema que pode gerar muitas dúvidas a muitos pais e responsáveis por crianças é o atraso na fala. Sabe-se que o bebê começa a se comunicar logo nos primeiros meses de vida e novos sons continuam aparecendo até que, lá pelos 2 anos, pequenas frases são produzidas. Mas e quando isso não acontece? Será que é um atraso normal ou é necessário recorrer a um fonoaudiólogo?
Segundo Fernanda Puiatti, fonoaudióloga que trabalha há 16 anos com fonoaudiologia clínica e hospitalar em Barbacena, toda a trajetória da criança é importante para o processo do desenvolvimento da fala. “O bebê se comunica desde seu nascimento, se expressando com uma linguagem não verbal do primeiro ao terceiro mês. A partir do quarto ao sexto mês, o bebê começa a emitir alguns sons, chamados de balbuceios, processo de fortalecimento facial muito importante. Do sétimo ao primeiro ano, ele começa a produção das consoantes, que seria a junção labial, o “ma”, “pa”, “ba”. O mais importante dessa fase é que o bebê já começa a apresentar algumas respostas, por exemplo, quando ele é chamado pelo nome já consegue identificar. Ele consegue identificar também o que são as expressões mais simples como o “não” e o “tchau”, por exemplo. Já do primeiro ao segundo ano começa a linguagem verbal e a produção das primeiras palavras e os primeiros diálogos. Do segundo ao terceiro ano, a criança começa a elaborar as primeiras fases. Do terceiro ao quarto ano, a criança já começa a ter um vocabulário mais rico, apesar de serem comuns alguns erros e trocas.”, esclarece.
Ainda segundo Fernanda, muitos pais acham que seus filhos estão com atraso na fala quando fazem comparações com outras crianças de suas famílias ou filhos de amigos. “Cada criança tem sua forma de desenvolvimento, e por isso, é importante que se tome muito cuidado com essas comparações. Para identificar se esse atraso pode ser um problema, é necessário ficar atento ao comportamento da criança, principalmente quando ela é mais agitada ou muito irritada. Se ficar na dúvida, procure um fonoaudiólogo, que poderá fazer o diagnóstico em conjunto com um pediatra.”, ressalta.
A fonoaudióloga conta que a principal causa do atraso de fala é a audição. “É importante pensar se a criança está tendo os estímulos adequados para que ela possa adquirir os primeiros sons da fala e para que ela consiga passar por essa etapa de forma tranquila. Uma outra causa muito grave é o uso prolongado dos eletrônicos, que causa um prejuízo gigante para a fala.”, alerta.
Fernanda conta que é necessário que os pais fiquem muito atentos ao desenvolvimento de seus filhos, pois esses atrasos podem gerar dificuldade em interação social e na escola, e problemas emocionais, intelectuais e até mesmo psíquicos, que podem interferir na idade adulta. “É muito importante que o ambiente que a criança está inserida tenha segurança emocional. A criança precisa estar em um ambiente calmo e acolhedor. Apesar da rotina do dia-a-dia os pais precisam brincar e dar atenção à criança também. É preciso que os pais façam a reflexão: “como está sendo a qualidade do meu tratamento com meu filho?”. Essa qualidade faz muita diferença no desenvolvimento da fala da criança, que vai refletir na vida adulta.”, finaliza.