Audiência entre Vale e Estado por danos em Brumadinho é adiada novamente: ‘Não teremos uma 2ª Mariana’, diz governo de MG

A audiência entre o governo de Minas e a Vale, para tratar da reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, foi adiada mais uma vez. Na terça-feira, dia 17,  os órgãos se reuniram em Belo Horizonte, na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), mas o acordo ainda não foi fechado. Do lado de fora, atingidos se manifestaram contra a empresa e pediam mais participação nas discussões. Segundo o secretário-geral do estado, Mateus Simões, a mineradora ofereceu uma valor de R$ 21 bilhões por danos sofridos pela economia. O estado pede R$ 26,7 bilhões, além de R$ 28 bilhões por danos morais. Uma nova audiência foi marcada para o dia 9 de dezembro.

A Vale informou que segue mantendo um diálogo construtivo com o governo de Minas e instituições de Justiça federais e estaduais, visando a um possível acordo em benefício de todo o estado e especialmente das populações de Brumadinho e municípios impactados da calha do rio Paraopeba. A mineradora também disse que ainda não há definição de valores para um eventual acordo. 

A primeira reunião foi realizada no dia 22 de outubro e não tratou das reparações dos danos ambientais, nem das indenizações das famílias atingidas pelo rompimento da barragem. Como a mineradora pediu que nove pontos da minuta de acordo feita pela Advocacia-Geral do Estado (AGE) fossem revistos, o encontro teve que ser remarcado. A expectativa era que essa segunda audiência colocasse fim a uma longa tentativa para reparar os prejuízos sociais e econômicos provocados pelo rompimento da barragem. A tragédia deixou 270 mortos, sendo que 11 ainda estão desaparecidos.

A Vale teve até o dia 3 de novembro para enviar uma nova proposta de acordo. Já os órgãos públicos tiveram até esta segunda, dia 16, para se manifestar a respeito da contraproposta. 

Em entrevista, a Fundação Renova afirmou que permanece dedicada ao trabalho de reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Até 30 de setembro de 2020, a Fundação desembolsou R$ 10,1 bilhões nas ações de reparação e compensação e R$ 2,65 bilhões foram pagos em indenizações e auxílios financeiros emergenciais para cerca de 321 mil pessoas”.