Terminou, no domingo (15), a primeira fase da operação de repatriação de brasileiros que estavam em Israel e pediram ajuda do governo para voltar ao país. Ao todo, os cinco voos trouxeram 916 pessoas entre o começo da semana passada e este final de semana.
No voo mais recente, que pousou no Rio de Janeiro na madrugada de ontem, desembarcaram 215 brasileiros e 16 animais de estimação. Ao todo, o Ministério das Relações Exteriores recebeu 2.700 pedidos de repatriação.
Entre os militares responsáveis pelo transporte desses brasileiros estava o capitão aviador, Ronan Domiciano Silvano. Ele é natural de Barroso e o piloto do KC-30 Airbus A330-200, aeronave utilizada na operação que traz os brasileiros de volta para casa. “É a missão das nossas vidas, ajudar nossos irmãos”, explicou ele.
O capitão aviador conta que, após nove horas de voo, chegaram em Roma e, no dia seguinte seguiram até Tel Aviv, em Israel. “A entrada no país é bastante crítica por se tratar de uma zona de conflito ativa, então temos noção que existe um risco”, afirmou.
Segundo o militar, Israel possui uma das melhores forças aéreas do mundo e as informações da aeronave são identificadas antes da entrada no país: “Eles identificam as informações positivamente para que não haja a possibilidade de outra aeronave entrar no nosso lugar e atacar eles”, disse.
De acordo com o capitão aviador, a operação é complexa no planejamento, mas simples na execução. “Nós pousamos, os brasileiros já estão fazendo o check-in normal e embarcam no nosso avião e saímos de lá o mais rápido possível”, disse o aviador, “nem saberíamos que estão em guerra, se não fosse pelas sirenes dos mísseis, que se tocarem, temos que ir para um bunker e aguardar. Até ouvimos explosões, mas foram distantes e não afetaram a operação”.
“Meu esquadrão já repatriou mais de 1.200 pessoas, voamos 95 horas. Graças a Deus a missão tem sido cumprida e isso é muito gratificante. É uma grande emoção fazer parte dessa megaoperação”, finalizou.
Uma nova fase da operação de repatriação está sendo programada para os próximos dias. Na semana passada, o governo chegou a estimar a necessidade de realizar até 15 voos de resgate.