Dia Nacional de Doação de Órgãos: Renata Assis, mãe da Mina de Fibra, fala sobre as lições que sua filha lhe deixou

Para divulgar a doação de órgãos no Brasil, o dia 27 de setembro foi escolhido como o Dia Nacional de Doação de Órgãos. E o objetivo desse grande trabalho de conscientização é um só: ajudar milhares de pessoas que aguardam na fila de transplante. No Brasil, cerca de 34 mil pessoas estão esperando por um órgão.

Renata Assis é mãe de Danielle Melo, a Mina de Fibra. Danielle lutou bravamente contra a Fibrose Cística, recebeu um transplante de pulmão, mas, infelizmente, nos deixou no final do ano passado. Dani, durante toda a sua luta contra a doença, levantou a bandeira da doação de órgãos e sempre falou sobre a importância desse ato de amor. “Incentivar a doação de órgãos passou a fazer parte da minha vida quando minha filha entrou para a fila de espera. A partir daí, passei a entender que para ser doador de órgãos, você precisa avisar sua família, porque o desejo é seu, mas o sim é da sua família. Dani percebeu a necessidade de deixar isso bem esclarecido para a sociedade e ela trabalhou incansavelmente por essa divulgação”, conta Renata. 

Renata conta que para enfrentar a doença, sua filha precisou se mudar para São Paulo e morou lá por quase três anos. Segundo ela, foi uma espera que poderia ter sido menor se as pessoas fossem mais informadas. “Se as pessoas tivessem essa consciência, talvez, as filas pudessem demorar menos. Eu, como mãe, aprendi muito com ela. Aprendi a valorizar cada segundo vivido, a vibrar com os momentos bons e aprender com os momentos ruins. Ela me ensinou muito sobre viver um dia de cada vez, ser resiliente, forte e corajosa.”

No ano passado, Danielle conseguiu a doação tão esperada, graças ao sim de uma família. Mas, infelizmente, outras complicações a levaram desse mundo. Renata conta que foi muito gratificante ver que sua filha conseguiu ser transplantada e se apega aos ensinamentos deixados por ela para enfrentar o dia a dia. “A Dani sempre acreditou no tempo de Deus. Ela sabia que Ele tinha os planos certos para ela. Hoje ela mora perto dele e isso me conforta. Ela cumpriu lindamente sua missão aqui na terra. Ela ensinou, aprendeu, motivou, foi motivada, ajudou, foi ajudada. Transformou e iluminou muitas vidas. Isso me fortalece para seguir em frente acreditando que ser doador é o maior ato de amor e enquanto eu puder sempre vou estar com essa bandeira comigo”, relata. 

Renata conta que sua filha lhe deixou uma importante lição: ser grata pela vida. “Ela sempre falou sobre a importância de agradecer todos os dias e mesmo com todas as limitações dela, como escovar os dentes ou amarrar os tênis, ela sempre foi grata por acordar todos os dias. Valorizem suas vidas, seja um doador de órgãos e avise a sua família. Esse é o gesto mais lindo de amor, que é deixar a vida continua. E lembre-se ninguém vai embora sem deixar o que realmente importa e Dani deixou a mensagem de ser doador de órgãos e de espalhar amor”, conclui. 

Fonte: Correio da Serra / Jornalismo 93 FM