A Agência Nacional de Águas (ANA) atendeu a um pedido do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e declarou nesta terça-feira (1º) situação grave de escassez dos recursos hídricos na Região Hidrográfica do Paraná, que abrange parte dos territórios de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
Na semana passada, o comitê emitiu um alerta de “risco hídrico” e lançou caminho para que fossem tomadas decisões que evitassem um racionamento de energia até outubro, período de poucas chuvas e de seca mais rígida na região Sudeste e Centro-Oeste.
De acordo com resolução da ANA, a agência poderá definir condições de contingência para a operação de reservatórios ou sistemas hídricos específicos, inclusive com a possibilidade de alterar, de forma temporária, condições definidas em permissão de direito de uso de recursos hídricos.
A agência também criará um grupo técnico de assessoramento para acompanhar a situação da região hidrográfica do Paraná, que contará com o envolvimento dos órgãos gestores dos recursos hídricos dos estados atingidos.
O último período chuvoso, que acabou em abril deste ano, foi o mais seco nos últimos 91 anos. Com isso, o nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do país está em baixa, e o governo precisa acionar mais usinas termelétricas para garantia o fornecimento de energia.
Na última quinta-feira, o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) já tinha acionado alerta sobre a emergência hídrica na Bacia do Paraná.
De acordo com a SNM, “as perspectivas climáticas para 2021/2022 indicam que a maior parte da região central do país, a partir de maio até final de setembro, entra em seu período com menor volume de chuvas (estação seca)”.
Para Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), “é uma medida boa para tentar evitar o racionamento. Porém, quer dizer, do ponto de vista da economia não é boa porque vai afetar, por exemplo, a navegação dos rios”.
FONTE: G1