Estudo indica aumento de consumo de álcool, tabaco e industrializados na pandemia

Em uma pesquisa realizada com 45 mil brasileiros adultos, foi indicado que houve um aumento no sedentarismo, consumo de álcool, de tabaco e de alimentos industrializados, durante a pandemia causa pelo vírus da covid-19.

Os resultados foram apontados pelos os pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por meio do inquérito de saúde ConVid – Pesquisas de Comportamento, um questionário aplicado pela internet entre os dias 24 de maio e 24 de junho em indivíduos acima de 18 anos de todos os níveis de escolaridade e regiões do país.

Os participantes responderam sobre seus hábitos no momento em que as medidas de distanciamento social estavam no auge, e também como eram antes da pandemia, e de acordo com as informações, dos 45 mil brasileiros entrevistados, doze por cento da amostra era composta por fumantes. Um terço desse contingente relatou ter aumentado o consumo de tabaco – na maioria dos casos, 10 cigarros extras por dia durante a pandemia e com maior frequência entre as mulheres. Já o crescimento da ingestão de bebidas alcoólicas, apontado por 17,6% dos respondentes, foi uniforme em ambos os gêneros, mas se destacou entre as pessoas de 30 a 39 anos, atingindo 24,6% desse estrato.

Já em relação a alimentação, o consumo regular de frutas e de feijão teve um recuo ligeiro, dentro da margem de erro, mas o de hortaliças sofreu queda mais expressiva: 33% dos indivíduos durante a pandemia ante 37,3% no período anterior a ela. Paralelamente, aumentou de forma relevante o consumo de alimentos não saudáveis em pelo menos dois dias por semana.

Segundo a pesquisa da Fiocruz, da Unicamp e da UFMG, o isolamento social também favorece comportamentos sedentários. A prática de atividade física regular caiu de 30,1% para 12% dos indivíduos. Na faixa dos 18 a 29 anos, a queda foi maior: de 32,6% para 10,9%. O tempo médio assistindo à TV chegou a 3,31 horas por dia, 1 hora e 45 minutos a mais do que antes da pandemia, enquanto o uso de computador ou tablet consumiu 5 horas diárias, uma hora e meia a mais do que no período anterior.