O portal O Globo divulgou na noite de ontem, 24, uma reportagem da revista Piauí publicada na mesma data afirmando que um grupo de políticos e empresários de Minas, além de seus familiares, teriam tomado na terça-feira, 22, a primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19. A matéria destaca que eles teriam comprado as vacinas sem repassar ao SUS, como deveria ocorrer. As duas doses teriam custado R$ 600 a cada pessoa.
O grupo seria formado principalmente por pessoas ligadas ao setor de transporte de Minas Gerais. Uma garagem de uma empresa do grupo teria sido improvisada como posto de vacinação. Segundo relato daa revista Piauí, o ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), afirmou à reportagem que tomou a vacina com o grupo. “Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse ele à reportagem. Ao portal O GLOBO, no entanto, ele negou que tenha concedido entrevista e afirmou que será imunizado pelo SUS.
“Eu ainda não tomei a vacina e defendo as regras de vacinação do Ministério da Saúde. Aliás, repito que eu preferia que os idosos, como eu, dessem a vez aos mais jovens, que são obrigados a sair de casa para trabalhar”, disse ao Globo via assessoria.
De acordo com a Piauí, o deputado estadual de Minas Alencar da Silveira (PDT) também foi vacinado, conforme relatos de pessoas presentes. Ele, no entanto, também negou a informação. A matéria afirmou que o grupo foi vacinado por uma enfermeira e que ela teria atrasado porque estava imunizando outro grupo na Belgo Mineira, uma siderúrgia que agora faz parte da ArcellorMittal Aços.
Em nota, à reportagem do O Globo, a ArcelorMittal afirmou que nunca comprou nenhuma vacina para o combate da Covid-19 da Pfizer ou de qualquer outra empresa farmacêutica. “A empresa nunca fez nenhum contato com a Pfizer ou qualquer outra do setor farmacêutico para compra direta de vacinas contra o coronavírus. A Abertta Saúde, empresa de gestão de saúde da ArcelorMittal, atua como posto avançado de vacinação do SUS junto às Secretarias Municipais de Saúde de Belo Horizonte e de Contagem.
No entanto, a ArcelorMittal esclareceu que desconhece qualquer atuação de seus profissionais em atos correlacionados à vacinação fora dos protocolos do Ministério da Saúde e do Programa Nacional de Imunização – PNI”, diz o grupo.
O grupo empresarial Saritur informou que “os nomes citados na reportagem (Rômulo e Robson Lessa) não fazem parte do corpo societário do Grupo. Esclarece ainda que o assunto tratado na matéria é de total desconhecimento da diretoria da empresa”.
Já a Pfizer negou qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a Covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização. Segundo a empresa, o imunizante ainda não está disponível em território brasileiro.
Fonte: oglobo.globo.com