No dia 23 de abril é comemorado o Dia Nacional da Educação de Surdos. A história mostra que a comunidade surda, desde a antiguidade, vive uma busca por reconhecimento e aceitação, e pelo direito de ensinar e de aprender. Hoje, a população surda conta com leis federais que versam sobre a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras), sobre o processo de inclusão do aluno surdo na rede pública de ensino e também sobre a formação que regulamenta a profissão do Tradutor e Intérprete de Libras.
Segundo Aristea Silva, Intérprete de Libras, a data foi criada para celebrar as conquistas e as lutas da escolarização de estudantes surdos. “A história do surdo é de muito sofrimento. Eles eram considerados pessoas incapazes. A respeito da escola, nos anos 70, o objetivo dela era somente estimular a pessoa surda a oralizar. Eles eram amarrados, não podiam sinalizar com as mãos, então era muito complicado, desrespeitoso e se mostrou ineficaz. A pessoa surda tem direito a se comunicar através da língua materna dela, que é a Libras e isso tem que ser respeitado”, explica.
A tecnologia faz parte importante no processo de inclusão dos surdos. A intérprete conta que os aplicativos, através das videochamadas, tornam a comunicação mais fácil. Porém, ela explica que muitas barreiras ainda são enfrentadas pela comunidade surda. “Muitas pessoas ainda desconhecem o direito da pessoa surda de se comunicar em Libras, então, na maioria dos estabelecimentos como hospitais, bancos e supermercados não tem uma pessoa especializada para atender essas pessoas.”
Em relação à educação de surdos no Brasil, Aristea ressalta o INES (Instituto Nacional de Surdos), criado no século 19, uma escola especializada para as pessoas surdas. “Em relação a pandemia, estão acontecendo aulas de forma remota e o estado disponibiliza o intérprete de Libras, que é um direito que todo aluno surdo tem. Dessa forma, o intérprete sinaliza o que o professor está trabalhando de conteúdo. Além disso,outra ferramenta disponível é o aplicativo ‘Conexão Escola’, uma parte específica que oferece aulas com intérprete de Libras.”
Aristea, conclui dizendo sobre a situação em Barbacena e acredita que as escolas da cidade vem fazendo a sua parte.”Pode-se afirmar que as escolas estão fazendo a parte delas, o que também é lei. Aqui na cidade há ainda a Associação de Surdos que possui cursos online”.