MPF vai apurar acidente que destruiu dois casarões de Ouro Preto

Poucas horas após parte do Morro da Forca vir abaixo e destruir duas construções no centro de Ouro Preto (MG), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da ocorrência. Em nota, o MPF justificou a iniciativa citando os “evidentes danos ao patrimônio cultural”, já que parte do conjunto arquitetônico municipal é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e está inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

O MPF quer que a prefeitura informe se há, em Ouro Preto, outros imóveis em risco iminente de serem atingidos por novos deslizamentos ou desmoronamentos e que providências o município está adotando para impedir que isso ocorra. Já do Iphan, os procuradores esperam receber um parecer sobre a extensão do dano cultural causado pelo acidente desta quinta-feira.

Uma das construções destruídas foi um casarão do século 19, o Solar Baeta Neves. Segundo o Iphan, o imóvel integrava o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, mas estava interditado desde 2012, quando foi atingido por um deslizamento de terra que comprometeu parte da edificação. A Defesa Civil já vinha monitorando a área desde o fim do ano passado, por conta do risco das fortes chuvas que atingem Minas Gerais causarem acidentes.

Apesar do prejuízo histórico e cultural, o deslizamento não feriu nenhuma pessoa. Conforme o barbeiro Fábio Rogério Alves contou que o trânsito de veículos e de pessoas próximo à área atingida tinha sido interrompido pouco antes de parte do talude cair sobre as construções. Alves foi uma das primeiras pessoas a perceber que parte do Morro da Forca viria abaixo e, junto com outras duas pessoas, incluindo uma funcionária da prefeitura, alertou quem passava pelo local.

Fonte: Agência Brasil