Taxada como uma profissão masculina, a função de caminhoneiro, por muito tempo, foi dominada pelos homens. Contudo, esse cenário tem ficado cada vez mais no passado, já que muitas mulheres têm optado por enfrentar o preconceito e trabalhar naquilo que gostam, tornando-se, assim, motoristas profissionais. Segundo dados, as mulheres representam 6,5% de um total de 3 milhões de pessoas que têm habilitação específica para transporte de carga pesada.
Dando continuidade a série de matérias em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, contamos hoje a história de Fabiana Nascimento, uma caminhoneira, que mora na comunidade de Correia de Almeida. Segundo ela, um dos motivos que a levaram a ser motorista de caminhão foi o desemprego. “Eu sempre trabalhei na área técnica e em diversas obras. Porém, de um tempo pra cá fiquei desempregada e como tenho habilitação na categoria D, apareceram algumas oportunidades para atuar como motorista profissional. Em 2018 dirigi um ônibus escolar e hoje sou motorista de caminhão”, relata.
Sobre as diferenças entre dirigir um caminhão e um automóvel, Fabiana conta que a responsabilidade e atenção devem ser muito maiores, devido ao tamanho do veículo. Ela conta também que se sente realizada com sua profissão, porém em alguns momentos se sente frustrada. “Barbacena não dá oportunidade para outras mulheres serem caminhoneiras. Percebo que as pessoas ficam assustadas quando ando na rua dirigindo um caminhão.”
A caminhoneira conta ainda que nunca sofreu preconceito, mas que sabe que essa é a realidade de muitas mulheres que trabalham na área. “Sinto que as pessoas me respeitam no meu local de trabalho, mas creio que ainda há muito preconceito por aí. Ainda existem muitos desafios que precisam ser superados.”
Por fim, Fabiana deixa um recado em homenagem as mulheres. “Nós, mulheres, podemos tudo que queremos. Precisamos ser persistentes e superar os desafios que encontramos pelo caminho. Se você tem o sonho de ser caminhoneira, siga em frente. Você vai conseguir”, finaliza.