Em fevereiro é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. O dia foi instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas e passou a integrar o calendário de eventos da Fundação em 2019. A data tem como objetivo dar visibilidade ao papel e contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica. Porém, segundo dados da Unesco, atualmente, menos de 30% dos pesquisadores em todo o mundo são mulheres.
De acordo Livia Botelho, Coordenadora do Comitê de Ética e Pesquisa do Unipac, de fato, as mulheres ainda enfrentam desigualdade em relação a homens em cargos de pesquisa. “Os homens ocupam mais cargos na área de pesquisa e têm maiores remunerações do que as mulheres, principalmente em áreas como Engenharia, Programação de Computador, Tecnologia, Robótica, entre outros. Antigamente, claro, era ainda pior. Além da dificuldade de acesso à educação formal, as mulheres também eram proibidas de terem suas ideias registradas até meados dos séculos 19 e 20. Muitas registraram patentes no nome do marido ou de colegas de pesquisa. Hoje em dia, apesar da desigualdade que ainda existe, felizmente, a participação das mulheres na área de pesquisa tem aumentado”, explica.
Para falar sobre a importância de mulheres atuarem na ciência, Lívia deu alguns exemplos. “O primeiro sistema de comunicação sem fio ou wireless, foi inventado por uma mulher. Na época, essa invenção foi usada por tropas militares na segunda guerra e abriu caminho para posterior invenção de tecnologias como o GPS, Wi-fi e bluetooth. Outras invenções como a saída de incêndio, programação de computadores, e até uma seringa médica que tinha desenho adequado para ser usada apenas por uma mão também foram ideias de mulheres.”
A pesquisadora relatou que acredita que alcançar a igualdade de gênero é um dos principais desafios para as mulheres na pesquisa. “Principalmente em momentos como a pandemia do coronavírus, percebemos o quanto a ciência é importante e o quanto conseguiríamos alcançar metas cada vez maiores se todos nós nos uníssemos e fossemos valorizados por igual. Mas, acredito que estamos no caminho certo”, concluiu.