Os sotaques da mídia no Brasil

A diversidade em seus mais diferentes aspectos é marca tradicional do Brasil. Na cultura, na raça, na gastronomia, na música, no esporte, na economia e até no sotaque. De Norte a Sul do País, uma mesma palavra pode ter variados significados. E um mesmo objetivo, característica ou ação pode ser denominado de múltiplas maneiras. Quer ver só? Bergamota, tangerina, tanja, mimosa ou simplesmente, para nós mineiros, mexerica. E a mídia, será que ela também acompanha essa diversidade Brasil afora?

Estudo feito pela Kantar Ibope Media mostra que a relação das pessoas com a mídia também acompanha essa diferenciação. Por isso, um bom planejamento de marketing leva em conta fatores como a intensidade de consumo, a confiança das audiências nas informações recebidas e a maneira como o consumidor acompanha as transformações dos meios, por exemplo.

A começar pela concentração da verba publicitária, é possível observar a diferença da distribuição de agências ou de anunciantes exclusivos de uma região para outra. A origem se concentra no Sudeste, dada à presença das maiores contas e maior custo de mídia. Mas o Nordeste e o Sul disputam o segundo lugar. Cada um detém cerca de 20% dos anunciantes que atuam somente em uma região e das agências locais.

Transformação digital mantém a força das mídias tradicionais

O levantamento da Kantar traz um recorte para os diferentes meios de veiculação de mídias existentes no País. Em primeiro lugar, é importante ressaltar o advento da conectividade e a importância da ressignificação das fontes de conteúdo. É a famosa transformação digital.

O estudo mostra, por exemplo, que mesmo com uma enxurrada de estímulos de vídeo e áudio, que tomam cada vez mais conta da internet, a leitura ainda tem espaço na vida do consumidor. E quando consolidados os portais de notícias e as versões tanto impressas como digitais dos jornais e revistas, estas fontes de informação são adotadas por mais de 60% dos consumidores em cada região. No Sudeste esse número chega a 61%. Mas no Centro-Oeste é ainda maior: 70%.

Mas vale dizer que as versões on-line de jornais e revistas recebem, em média, quase 50% a mais de tempo dedicado do leitor, se comparadas às versões impressas.

Além disso, com o aumento das fontes de notícias na internet, cresceu também a importância da credibilidade da autoria desses conteúdos. Mais de 75% dos consumidores afirmam verificar a fonte de uma notícia recebida on-line e cerca de um terço segue nas redes sociais os mesmos jornais e revistas que já conhece e confia.

Áudio e Vídeo

O consumidor brasileiro tem ressignificado sua relação com a TV e com o vídeo em geral. Mais de um terço dos respondentes afirma que assiste mais TV do que antes dada a oferta crescente de serviços de vídeo on-line. Além disso, pelo menos 74% assistiram vídeo on-line uma vez em um mês. A posse de TV conectada também chegou a 60% em 2022. No Nordeste, os serviços de transmissão de TV on-line mudaram a forma que 47% das pessoas assistem à programação. Já no Centro-Oeste 78% da população possui aparelho conectado.

Na categoria de áudio, em todas as regiões onde o consumo de rádio foi mensurado, o meio alcança pelo menos 80% da população. E acompanha por mais de 3 horas diárias a rotina das pessoas. As praças com maior alcance são Belo Horizonte (89%) e Fortaleza (84%).

Mas o meio também vem se transformando com as possibilidades de conexão pelos canais digitais. Mais de 30% dos consumidores afirmam que a possibilidade de ouvir rádio também on-line mudou sua forma de consumo. Há ainda as plataformas de streaming de áudio. Essas já são usadas por cerca de 70% dos consumidores conectados, e as regiões Nordeste e Centro-Oeste se destacam no consumo de podcasts.

E as redes sociais?

Essas são unanimidade entre os conectados. Acessadas por mais de 80% em todas as regiões, e por mais de 90% quando consideradas somente aqueles com acesso à internet, ou seja, 9 entre 10 consumidores conectados estão nas redes sociais. É também por isso que concentraram mais da metade do investimento publicitário digital em 2022, segundo dados do Digital Ad Spend em parceria com a Kantor Ibope Media.

Fonte: Diário do Comércio