A memória refere-se aos processos que o cérebro humano executa para adquirir, armazenar e recuperar informações. Ela permite aos indivíduos relembrar e recorrer a eventos passados para enquadrar sua compreensão e comportamento no presente. O neurologista do Santa Saúde, Filipe Milagres, explicou um pouco sobre o assunto.
De acordo com o médico, é preciso entender as classificações de memória. “Existe a memória recente que retém a informação por menos tempo, até que ela seja esquecida ou guardada. Há ainda as memórias de longo prazo que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação. Nela estão contidos todos os nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento.”
Filipe conta ainda que, na maioria das vezes, os problemas de memória não estão relacionados a doenças neurológicas graves e sim estão relacionados a transtornos depressivos, de ansiedade, transtornos de sono, uso de alguns medicamentos, hipotireoitismo, falta de vitaminas e uso crônico de álcool.
Sobre a relação da falta de memória com o Alzheimer, o neurologista alerta que a doença se manifesta com a perda de memória recente. “A pessoa esquece situações rotineiras que fazia com frequência, como o caminho de casa, por exemplo. Em alguns casos, a pessoa que sofre de Alzheimer pode não reconhecer que tem passado por problemas de perda de memória. O ponto mais importante é perceber se a perda de memória interfere ou não na independência da pessoa, ou seja, se ela deixa de fazer algumas atividades por conta da perda de memória.”
Por fim, Filipe informa que não existe medicamento que melhore a performance da memória e que é preciso, primeiro, entender o que está levando a sua perda. “Muitas vezes, o caso é reversível. Para todas as pessoas, os exercícios para trabalhar a memória são importantes, como a leitura, jogos, novos aprendizados, atividades em grupo e a repetição das tarefas”, finaliza.
Fonte: Correio da Serra / Jornalismo 93 FM