UFMG já aplicou vacina da J&J em 16 voluntários; inscrições ainda estão abertas

Na quarta-feira, dia 4, dezesseis voluntários de Belo Horizonte receberam doses da candidata a vacina contra à COVID-19 elaborada pela gigante farmacêutica Johnson & Johnson. Os testes são conduzidos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no Hospital das Clínicas, Região Leste da capital. 

De acordo com coordenador do ensaio clínico e professor da Faculdade de Medicina da UFMG Jorge Andrade Pinto, cada um dos participantes permaneceu cerca de três horas no centro de vacinação. Esse período, explica o professor, é necessário para o cumprimento dos protocolos do estudo, que incluem assinatura de termo de consentimento, avaliação clínica, coleta de exames diversos, teste de gravidez (no caso das mulheres em idade reprodutiva), além da testagem para o novo coronavírus, realizada em ao menos duas modalidades diferentes. 

As pesquisas com o fármaco da Johnson & Johnson em todo o mundo estavam suspensas desde 12 de outubro, quando o laboratório detectou uma “doença inexplorada” em um voluntário americano.

Ainda de acordo com o coordenador, se tiver eficácia comprovada, o produto da Johnson & Johnson oferece uma vantagem em relação aos outros imunizantes atualmente em teste. “É uma vacina de dose única. Com isso, consegue-se evitar a mobilização do poder público para o retorno da população aos centros de saúde para novas etapas da vacinação”, esclarece Pinto. 

O cadastro, que permanece aberto, já reúne 25 mil inscritos. Os critérios para a participação divulgados pela UFMG são: ser maior de 18 anos e exercer atividades que envolvam contato frequente como público. Por exemplo, ser motorista de aplicativo, usar o transporte público diariamente, ser profissional de saúde, entre outras condições do gênero.

Os interessados devem responder um questionário on-line. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-9822 ou pelo WhatsApp (31) 9.8205-5076.

Um artigo publicado no início de agosto na revista científica Nature sugeriu que o imunizante é potente não só contra o SARS-CoV-2 (vírus da pandemia), como também contra infecções pulmonares decorrentes da COVID-19. 

Nos experimentos das fases 1 e 2, realizados com macacos rhesus, cinco dos seis primatas que receberam a dose tornaram-se quase completamente imunes às doenças oportunistas.