Em estudo publicado nesta quinta-feira, dia 19, a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca contra a Covid-19 mostrou segurança e induziu “uma forte resposta imune” em idosos durante a fase 2 de testes. O estudo foi publicado na revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo. A vacina é uma das quatro que estão em testes de fase 3 no Brasil.
Os resultados preliminares dos testes já haviam sido divulgados no final de outubro, mas a publicação na revista significa que eles foram validados por outros cientistas (passaram pela chamada “revisão por pares”, ou “peer review”, em inglês). Esse passo é necessário para que qualquer estudo científico seja publicado em uma revista.
A vacina, cujo nome oficial é ChAdOx1 nCoV-19 (ou AZD1222), foi testada em 560 participantes, incluindo 240 pessoas com mais de 70 anos. A fase 2 dos testes verifica a segurança e a capacidade do imunizante de gerar uma resposta do sistema de defesa. Normalmente, ela é feita com centenas de voluntários.
O coautor do estudo, Maheshi Ramasamy, disse que o resultado em idosos é encorajador.
Atualmente, a vacina está na terceira e última fase de testes na Inglaterra, Índia, Brasil, África do Sul e Estados Unidos. Em setembro, a AstraZeneca interrompeu os testes globais da vacina para investigar um participante que desenvolveu uma forma de inflamação chamada mielite transversa. Em outubro, um voluntário brasileiro que participou dos testes da vacina morreu de Covid-19. O participante, entretanto, não recebeu a vacina que está sendo testada, e sim um placebo (uma substância inativa). Atualmente, o ensaio está em andamento.
Na última terça-feira, dia 17, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou medidas que devem acelerar o registro de vacinas contra a Covid-19 no país. A norma permite que empresas interessadas em registrar uma vacina enviem dados técnicos sobre os testes de forma contínua.